Quando o Brasil vira o centro das atenções no mundo das fintechs

O impacto global do Pix ficou evidente durante a UK Fintech Week 2025, evento realizado em Londres entre 28 de abril e 2 de maio. O sistema de pagamentos instantâneos brasileiro despertou grande interesse entre especialistas, jornalistas e executivos de diversos países. Em meio a discussões sobre o futuro das finanças, o Pix se destacou não apenas por sua eficiência e adesão em massa no Brasil, mas por seu potencial de inspirar transformações em sistemas de pagamento ao redor do mundo.

O Pix desperta curiosidade internacional

O que parece rotina para quem vive no Brasil causou espanto nos visitantes estrangeiros. Em meio a painéis sobre blockchain, inteligência artificial e moedas digitais, perguntas como “O Pix é mesmo gratuito?”, “Qualquer pessoa pode usar?” ou “Funciona 24/7?” surgiam com frequência.

Essas dúvidas, feitas tanto por jornalistas quanto por executivos de bancos e startups, revelam um fenômeno que vai além da tecnologia em si: o Pix virou símbolo de inclusão digital e eficiência estatal — algo que muitos países ainda não conseguiram implementar com sucesso.

O impacto global do Pix como modelo para o mundo

O impacto global do Pix começa a ser sentido na forma como outras nações enxergam soluções públicas de pagamento. Países da América Latina, África e até da Europa já iniciaram discussões para criar ou reformular seus sistemas de pagamento inspirados no modelo brasileiro.

Durante o First Brazil-UK Fintech Forum, realizado na embaixada do Brasil em Londres, o Pix foi amplamente elogiado. Representantes do Banco Central apresentaram dados impressionantes: só em 2023, foram mais de 42 bilhões de transações, movimentando R$ 17 trilhões. E em novembro de 2024, durante a Black Friday, o sistema bateu recorde com quase 240 milhões de pagamentos em apenas um dia.

Esses números mostram que o Pix não é apenas uma tendência local. Ele é um exemplo prático de inovação escalável e replicável.

Como o Pix funciona, e por que é tão eficaz?

Lançado pelo Banco Central do Brasil em 2020, o Pix foi pensado para democratizar o acesso a pagamentos digitais. Diferente de sistemas tradicionais, ele funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, e é gratuito para pessoas físicas.

A simplicidade também chama atenção: basta ter uma chave Pix — que pode ser um número de celular, CPF ou e-mail — e qualquer brasileiro pode enviar ou receber dinheiro em segundos. Isso tudo sem depender de maquininhas, cartões ou tarifas.

Essa facilidade fez com que o Pix se tornasse parte do cotidiano da população, desde grandes empresas até vendedores ambulantes.

Um sistema que continua evoluindo

O impacto global do Pix também está relacionado à sua constante evolução. Funcionalidades como Pix Saque, Pix Troco, Pix Automático e, em breve, o Pix Internacional, mostram que o sistema não está estagnado. Ele avança com novas soluções que atendem tanto ao consumidor quanto ao mercado.

O anúncio de que o Brasil estuda o Pix Internacional animou os participantes do evento, que vislumbram um futuro onde as transferências entre países sejam tão simples quanto um pagamento nacional. Caso essa proposta se concretize, o Pix poderá se tornar a base para uma nova infraestrutura global de pagamentos instantâneos.

O Brasil como referência global em fintechs

Ao contrário do que muitos imaginam, inovação não é exclusividade dos países mais ricos. O Brasil mostrou que é possível desenvolver uma solução nacional, pública e segura, com ampla adesão popular.

O impacto global do Pix passa, portanto, por seu caráter de política pública bem-sucedida. Ele não nasceu de um banco ou empresa privada, mas de um órgão regulador com visão estratégica e foco em inclusão financeira.

Esse modelo surpreende e inspira. Em Londres, muitos profissionais do setor afirmaram que o Pix é hoje o melhor exemplo de como governos podem liderar a transformação digital de forma eficiente.

Mais do que tecnologia: impacto social

Outro aspecto muito valorizado durante a UK Fintech Week 2025 foi o poder transformador do Pix. Ele não apenas modernizou o sistema financeiro brasileiro — também levou inclusão a milhões de pessoas que antes não tinham acesso a meios digitais de pagamento.

Em comunidades afastadas, zonas rurais ou regiões com baixa bancarização, o Pix permitiu que pessoas comuns passassem a vender, comprar, pagar contas e transferir dinheiro com rapidez e segurança. Essa capilaridade é um dos grandes diferenciais do sistema.

O Pix e seu legado internacional

O que ficou claro em Londres é que o impacto global do Pix está apenas começando. A partir de uma ideia simples — pagamentos rápidos e gratuitos —, o Brasil desenvolveu uma ferramenta que hoje inspira o mundo.

Se mantiver a rota de inovação, o Pix pode se tornar uma peça-chave no futuro dos pagamentos internacionais, promovendo integração entre economias, redução de custos e inclusão digital em escala global.

No fim das contas, o Pix é mais do que uma inovação brasileira. Ele é um exemplo do que acontece quando tecnologia, planejamento público e inclusão social caminham juntos — e esse exemplo, agora, começa a influenciar o planeta.