Depois de uma semana de operação do PIX, o que dá para perceber é que os pequenos varejistas ainda se sentem inseguros e despreparados para realizar ou receber pagamentos. Mesmo assim, os números impressionam. Dados do Banco Central registraram 12,2 milhões de transações e um movimento de R$ 9,3 bilhões entre 16 e 22 de novembro.
A repórter Mirian Gasparin da Band News FM, conversou com o co-CEO da SHIPAY, Charles Hagler sobre o assunto.
Segundo Hagler, a publicidade até então está direcionada para pessoas físicas. O microempresário, aquele que faz ao mesmo tempo a venda no balcão e recebe a conta ainda tem dúvidas sobre como usar o PIX, quais são seus custos e taxas, além de temer pela segurança e confiabilidade do novo meio de pagamento.
Baixo custo ou custo zero
O executivo da SHIPAY acredita que estas dificuldades tendem a ser superadas, na medida que os microempresários tomarem consciência de que este é um sistema seguro e de baixo custo, ou mesmo custo zero dependendo da negociação que for feita com a instituição financeira.
Aliás, entre os bancos está havendo uma grande disputa por clientes e muitos estão demorando para fechar contrato com empresas que brigam por taxa zero. É importante destacar que para o consumidor final não há qualquer custo neste tipo de pagamento.
Pagamento facilitado
Outro ponto importante é que antes do PIX, para que o pagamento fosse realizado havia o envolvimento de diversos participantes, como por exemplo, a bandeira do cartão, a empresa responsável pela maquininha e os bancos.
O PIX atua como um atalho para este processo, uma vez que as operações são realizadas de forma instantânea pelo smartphone, sem intermediação de terceiros. Hagler também explica que com o PIX as transferências são feitas direto para a conta, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Em outros meios de pagamento, os varejistas de pagamento pagam uma taxa e ainda esperam alguns dias para receber o valor da venda.
Segurança
Quanto a segurança da operação, nas transações via PIX são adotadas as mesmas medidas que em uma transação de TED, por exemplo. Em relação as informações pessoais e transacionais dos usuários, o Banco Central determina que os dados devem ser protegidos pelo sigilo bancários e pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
No caso de médios e grandes varejistas, Hagler aponta que é importante a contratação de uma solução segura que permita centralizar o PIX e todas as carteiras digitais no terminal de caixa.
Ir a um restaurante e encontrar pelo menos três opções de QR Code é algo cada vez mais comum. Agora imagine para esse varejo como é difícil gerenciar tantas carteiras digitais no dia a dia. Uma fintech criada no ano passado quer ajudar a solucionar esse problema.
A solução desenvolvida pela Shipay integra as principais wallets disponíveis no mercado por meio de conexão com o sistema do caixa da loja (PDV) ou sistemas de gestão empresarial (ERP).
A solução desenvolvida pela Shipay integra
as principais wallets disponíveis no mercado por meio de conexão com o
sistema do caixa da loja (PDV) ou sistemas de gestão empresarial (ERP).
A plataforma
funciona como um hub integrador das carteiras digitais, ou um “grande
provedor de conexão, um enable, facilitador para os clientes”, explicam
em entrevista à Finsiders os sócio-fundadores Luiz Coimbra, ex-superintendente de cartões do Itaú Unibanco, e Charles Hagler, ex-diretor da Embraer e da Totvs.
A solução desenvolvida pela Shipay integra as principais wallets disponíveis no mercado por meio de conexão com o sistema do caixa da loja (PDV) ou sistemas de gestão empresarial (ERP).
Sócios da Shipay. Da esq. para dir., Paulo Loureiro, Charles Hagler, Luiz Coimbra e Fabio Ikeno (Crédito: Divulgação)
A plataforma funciona como um hub integrador das carteiras digitais, ou um “grande provedor de conexão, um enable, facilitador para os clientes”, explicam em entrevista à Finsiders os sócio-fundadores Luiz Coimbra, ex-superintendente de cartões do Itaú Unibanco, e Charles Hagler, ex-diretor da Embraer e da Totvs.
“Para o comerciante, aceitar uma ou duas carteiras é fácil. Mas esse mercado estava caminhando para ter dezenas de opções importantes. Impossível acessar tantos sistemas.”
Os dois ex-executivos resolveram se unir em 2019 para montar a Shipay. Neste ano, trouxeram mais dois experientes profissionais: Fabio Ikeno (CTO), ex-head de transformação digital da Embraer e ex-coordenador de infraestrutura de TI da Netshoes. Mais recentemente, Paulo Loureiro, ex-gerente de vendas da Mastercard, se juntou ao time como COO.
O MVP saiu em outubro de 2019, construído com capital dos sócios. No início deste ano, a fintech foi acelerada pela iDEXO, braço de inovação aberta da Totvs. Durante a pandemia, a empresa fechou uma rodada de captação, de valor não revelado. “Temos tranquilidade operacional para os próximos anos”, diz Coimbra, Co-CEO.
No início com dez empresas de software parceiras, hoje a Shipay soma 70 parceiros, entre eles, Totvs, MarketUP, Compufor e NCR. Na base da plataforma, há cerca de 20 carteiras digitais, incluindo as maiores do segmento, como Mercado Pago, PicPay, PagBank e Ame.
“Estamos falando com uma base de 270 mil estabelecimentos comerciais. Temos em produção por volta de 20 carteiras. Nossa intenção é ser esse player que conecta todo mundo com todo mundo”, diz Hagler, Co-CEO
Pix
A menos de um mês do início do funcionamento do Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), a empresa também está com sua primeira versão de API para o Pix.
Segundo os empreendedores, a tendência é que ocorra um processo evolutivo do Pix. Inicialmente, vai trazer redução de custo com TEDs. A segunda onda é de pagamentos e a terceira, entrada do sistema no varejo, avaliam eles.
“Temos algumas coisas sendo testadas. São projetos piloto. O Pix vai permitir construção de serviços em cima. Não se limita somente a pagamentos. Tem muito dado sendo transferido. Tem uma camada de serviços a ser construída. O que temos explorado é justamente isso.”
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